sexta-feira, 6 de maio de 2016

A (I)MORALIDADE

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           Pensar na moralidade é o mesmo que pensar na ética, pois esta dignifica a pessoa humana. Porém, é de se notar que no palco da vida as pessoas revelem suas verdadeiras máscaras, onde a donzela se mostra prostituta, o pastor se revela ladrão, o calmo vizinho assassino e boêmio, o namorado um ser frio e arrogante, enfim, inúmeras coisas que possam ser pensadas e imaginadas.
              Vale ressaltar que um dos princípios dos DIREITOS UNIVERSAIS DO HOMEM diz respeito à moralidade ou dignidade da pessoa humana, pois todo e qualquer cidadão é digno até que se prove o contrário, mas é de se frisar que a vida, se não rompermos com determinados estereótipos, acaba sendo chata e entediante,  de modo que temos em nossas veias a curiosidade e também medo pelo diferente, já que o diferente nada mais é que algo que você nunca provou/conheceu, que por isso nos deixa curiosos e apreensivos.
            Uma característica boa do ser humano é a sua capacidade de mudança e locomoção, já que ao longo de nossas vidas passamos pelas mais diversas situações, muitas que nos entristecem, outras que nos deixam felizes, mas cuja experiência sendo boa ou ruim não deixa de ser uma experiência que contribui para nosso amadurecimento enquanto pessoas. Somos seres em constante evolução, precisamos acreditar que algo pode mudar para que a vida tenha de fato sentido.
           Em nosso íntimo, somos nada mais que uma caixinha de surpresas onde o bom e/ou o mau se revela, pois um dia nossa máscara cai e a verdadeira face se revela, uma vez que a revelação nada mais é que o segredo que guardamos em nosso íntimo, seja o sentimento do medo, a frieza, a culpa, etc., costumamos nos guardar para que nossos segredos mais íntimos não venham à tona pois, dependendo do segredo, nos envergonham, constrange e reprimi, mas o fato de que precisamos interagir com o mundo e/ou com as diferentes pessoas nos permite, também, conhecer e se apossar de segredos, o que pode ser um problema para alguns, pois segredos revelados podem trazer à tona imoralidades que atentam contra a dignidade alheia e/ou de terceiros.
             O fato aqui discutido é que algumas pessoas que se dizem muito moralizantes costumam ter comportamentos imorais, começando pelo julgamento de valor, onde aponta-se tanto o dedo para a vida alheia que não se enxerga os próprios erros, como se o errado fosse sempre o outro, nunca o eu, já que muitos tem dificuldade em admitir sua culpabilidade em determinadas coisas que fazem, o que é normal, porque fazer isso seria o mesmo que pôr em cheque sua própria moralidade e assumir-se enquanto imoral/errado. 
           Dentro dessa lógica é interessante perceber que o próprio ser humano costuma se revelar, algumas vezes, enquanto sujeito imoral, já que não conseguindo manter o tempo todo a sua verdadeira máscara um dia virá à tona, é instintivo, nato, revelando o sujeito enquanto herói e/ou bandido, mocinha e/ou prostituta, etc., porque sua máscara é, em si, como uma maquiagem, ela tende a cair/sair. O pior é pensar que nem sempre estamos preparados para lidar com isso, a aceitar a verdadeira máscara do outro, nem a nossa própria, e isso nos deprime, assusta e revolta. 
            Pensar na imoralidade é o mesmo que pensar na revelação dos segredos escondidos por trás de uma pessoa/instituição/organização que se dizia honrada, pois isso põe em cheque toda a credibilidade do seu serviço/discurso, razão essa de muitas pessoas dizerem não gostar de ser questionadas, quando você questiona incomoda o falso moralista, eles se sentem ameaçados, eis a verdade, falo isso para que questionemos mais a fim de que as verdadeiras máscaras venham à tona, para que nos demos conta dos reais interesses pelos quais algumas pessoas/instituições/organizações agem de determinadas formas e maneiras, questionar é um caminho para o encontro com a verdade, e muitos não gostam de verdades porque a ilusão ilude, porque é mais bonito viver a fantasia que provar a face amarga da verdade. Temos dificuldades em aceitar a verdade porque ela nos frustra, mas antes saber verdades que viver de ilusão.
           Uma das coisas que admiro no falso moralista é que ele próprio se revela enquanto tal, não necessitando nem de um empurrãozinho, é como o mentiroso que,  ao falar tantas mentiras se esquece delas e uma hora ou outra desmente a si próprio, o que é imaginativo pensar que de tanto contar e querer convencer o outro nos esqueçamos do que contamos e acabemos por revelar a verdade, que colocará a moralidade alheia em questão.
           Conviver com a falsa moralidade é de fato decepcionante, como o desencanto da princesa pelo príncipe que, com o tempo, virou sapo, e o sapo de tanto chocalhar virou ser desprezível, que nem mesmo a princesa conseguiu suportar, e separou porque o amor acabou, pois o sempre sempre acaba quando em cacos o amor virou, o ideal nos atrai porque é diferente, a verdade nos repulsa porque nos mostra como realmente somos, não é imaginação, viver de ilusão é utopia, viver de verdades é frustração, que fazer nesse mundo onde as pessoas não são como elas dizem que são?
             Paz nos coração, é preciso seguir adiante, a vida continua, não se deixe abater, o amor e a dor assim como um dia vem, noutro também se vão, assim é a verdade, a (i)moralidade, é preciso conviver, pessoas se mostram como elas realmente são nesse palco que é a própria vida, então, não deixe passar despercebido, estás sobre aviso, seja observador e entenderás seus motivos.
           Sigamos adiante nobres amigos, estou a me despedir, é preciso enxergar os dois lados, escute o que estou a pedir, vá de encontro com a verdade, viver  de ilusão é fria, liberte-se da ilusão, até mais, paz no coração.

             Andréia Franco
             06/05/2016.


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