sábado, 17 de dezembro de 2016

ATEÍSMO É RESISTÊNCIA!


            Podem chamar de Ateu-todinho, chocolate ou seja lá o que for, mas ateísmo é resistência, é sinônimo de força, bravura, maturidade, como também do pensar diferente.
            Numa família tradicional, o ateu poderia ser facilmente denominado: “ovelha negra”, é prática antiga demonizar o diferente, pois este não costuma ser bem visto entre os iguais, isso justifica o fato de atribuírem palavrões e nomes feios para qualificá-lo. Aliás, acredito não haver linha divisória invisível pior capaz de nos separar, de modo que somos inseridos em sociedades onde nos é imposto, pelos homens, é claro, noções de bem e/ou mal, onde se credibiliza a noção de “bem” e se demoniza a noção de “mal”, não importando muitas vezes a crueldade e estranheza de tais termos. Ao invés de se discutir, simplesmente se impõe, jogando-nos uns contra os outros como se fôssemos coisas, não humanos. Sim, fomos coisificados, a maior prova disso são as funerárias, pois geramos lucros, hahahaha.

             Aceitar o diferente seria o mesmo que confrontar, de forma pacífica, sua forma de pensar com a do outro. Porém, nem todo confronto costuma ser ameno, o radicalismo não costuma permitir isso, daí insere-se um elemento nesse meio termo: o ódio pelo diferente, pois as pessoas se odiando torna-se quase impossível alguns diálogos, semeia-se a guerra, prolifera-se o medo. O diferente, pelo simples fato de não pensar igual aos demais, passa a ser odiado, isso me faz lembrar nosso amigo José Saramargo, me ensinou que a cegueira ideológica consiste na pior de todas as cegueiras.
             É preciso abrir os olhos, mas como se a ideologia nos cega? Talvez seja o momento de se tentar enxergar o diferente com outros olhos, escutar mais, compreender mais, demonizar menos. Nesse meio, só tenho uma única certeza, convivendo entre cobras e lagartos fica difícil saber quem está certo ou errado, pois um vive tentando engolir o outro. Desde os princípios dos tempos as pessoas brigam e se matam para tentar provar quem está certo e/ou errado, incrível, essa prática persiste até hoje.
              Enfim, evoluímos tanto em algumas coisas e continuamos a agir como primatas, animais primatas, agindo em busca de domínio e controle de território.
Andréia Franco
17/12/2016.