sábado, 26 de setembro de 2020

Adoração

 

               Hoje me peguei pensando sobre a adoração, afinal, por que as pessoas adoram seres reais ou imaginários? Para responder a esse questionamento, trouxemos as seguintes reflexões:

         Primeiramente, o objeto de adoração sempre é um detentor de alguma característica que chamaremos aqui de “superior”, seja do ponto de vista físico, psíquico, moral, etc. Assim são os heróis das histórias em quadrinhos, são admirados e adorados por alguma habilidade “superior”, seja a de enxergar além dos que nossos olhos veem, serem mais velozes, gigantes, terem os músculos e a força mais potente, ter super poderes, etc. Enfim, as habilidades são diversas dentro dessa vasta diversidade que causa emoções no subconsciente humano.

           O que há por trás de todo e qualquer objeto de adoração está uma história, cuja construção se dá por interesses humanos, podendo ser lúdica, financeira, etc. Vamos pensar então que por trás de cada super-herói há algum interesse, então, qual o interesse está por trás do seu super-herói favorito?  Tal construção se dá com objetivos claros, seja de causar comoção, sensibilizar, chamar a atenção para algum valor moral / social, converter pessoas para um determinado grupo ou seita, etc.

            Pelo mesmo motivo pelo qual são criados, é o mesmo motivo pelo qual são adorados: interesses. Vamos pensar, desse modo, que as ações humanas são movidas por interesses, por isso ocorre bastante o fenômeno da “adoração”, pessoas adoram pelos mais diversos motivos, sejam problemas familiares, sexuais, financeiros, amorosos, medo, ou talvez até pela mera insegurança em ter que lidar com as coisas como elas realmente são. Na dificuldade de lidarmos com o mundo que nos cerca, acabamos inseguros, apelando para crenças que prometem nos oferecer um suporte para aquilo que mais nos tira o sono.

              Se as pessoas tivessem super poderes, elas adorariam? Provavelmente não, pois tais poderes seriam comuns, não seriam super. Enfim, é preciso frisar que costumamos adorar características alheias das quais provavelmente não temos, ou que precisamos alcançar. 
Andréia Franco, 26/09/2020.

domingo, 26 de julho de 2020

O HOMOSSEXUALISMO E O PECADO



             Inicialmente, é preciso frisar que a noção de “pecado” advém de uma perspectiva religiosa que visa privilegiar um determinado grupo em detrimento de outro, um exemplo disso é quando dizem que a heterossexualidade é normal e a homossexualidade anormal. Pensemos então que por trás de todo discurso há alguma intenção, seja de convencer, persuadir, lucrar, desacreditar, tornar imoral algo comum da própria natureza, etc.
            Se a homossexualidade acontece e é comum entre as demais espécies, por que então seria incomum somente na espécie humana? O motivo já foi explicado acima, privilegiar um grupo em detrimento de outro. Nesse jogo discursivo, enaltece-se uma casta (sistema tradicional de casamento entre homem e mulher) e prega-se que o diferente é pecado, como algo imoral, que não merece crédito, que precisa ser excluído, não inserido, talvez expulso de algum lugar, etc.
Isso acontece também quando se fala de privilégios de uma raça em detrimento de outra, como a branca e a negra, da relação homem X mulher, etc. Dizem que Jesus era um homem branco, mas se ele tivesse nascido negro, será que teria tantos seguidores? Enfim, não há discursos sem intenções, e tudo é calculado para que alguns mantenham seus privilégios e outros acabem por sustentar esses privilégios, basta estudar História para entender isso, que nada mais é que recortes de fatos passados para que possamos ter noções mais amplas e diversas do que vemos e vivemos todos os dias.
O problema é que toda essa triangulação de interesses e estratégias costuma vir “maquiada” em discursos sutis do dia a dia, como em normas para se vestir, com quem se relacionar, o que aceitar ou não, de que uma cor é superior à outra, etc. Enfim, trabalha-se muito para que a “normalidade” sempre prevaleça, já que a classe privilegiada dificilmente quererá perder sua avareza.
- Os avarentos não prevalecerão!

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A timidez pode ser uma pedra no seu caminho...



Primeiro, falemos sobre a timidez, que consiste naquele sentimento que torna alguns ansiosos, outros desinquietos, outros amedrontados, outros até com crises de pânico. As sensações humanas são as mais diversas, mas a timidez também pode nos deixar retraídos, quietos, aprisionados em si mesmos, fazendo com que muitos se fechem para o mundo, como num casulo para se auto proteger, se auto protegendo tanto que acaba por se auto prejudicar.
            Dizem por aí que “tudo em excesso faz mal”. Pois bem, a proteção e autoproteção em excesso pode alimentar fobias, sejam elas as mais diversas, e estas, por sua vez, podem se exteriorizar em nosso corpo por meio de doenças como síndromes, crises de depressão, taquicardia, ansiedade, etc. Há males que assolam a nossa sociedade sim, mas aqueles que mais se adaptam às diversas variações da vida acabam se tornando mais fortes, já que sobrevivência requer adaptação e resiliência.
            Cada um tem a sua história e a sua vida, de modo que nosso futuro é reflexo do que somos e como agimos no mundo, o que significa que se você busca alcançar algo melhor, terá que superar muitos de seus medos, crises de ansiedade, fobias, etc., o que pode não ser fácil, já que lutar contra aquilo que mais nos fragiliza é, de fato, um grande desafio.  Ser vencedor não significa conquistar grandes coisas, já que a dimensão das coisas reflete a dimensão que damos a ela, isso significa que superar pequenos desafios pode ser, sem dúvida, uma grande conquista. E não se engane, meu caro leitor, nem sempre os mais espertos vencem, esperteza em excesso é a razão de muitos de nossos fracassos, não vá nessa ilusão.
           Sem dúvida, a vida em sociedade requer adaptação, isso significa que deixar a timidez de lado e interagir mais com aqueles que nos rodeiam pode nos favorecer bastante, tanto para o nosso crescimento pessoal quanto profissional, o que nos permite dizer que nossas possibilidades / habilidades são limitadas e que nosso contato com o outro é importante, já que complementamos as necessidades alheias.
Enfim, as pessoas exercem diferentes papéis dentro da sociedade e esses papéis são complementares, de modo que deixar-se inibir por causa de uma timidez pode mais atrapalhar que ajudar e, ainda, ser um total retrocesso. Dentro de cada um de nós há habilidades não desenvolvidas, desenvolvê-las nos torna mais aptos e capazes para lidarmos com as mais diferentes situações e problemas. Isso se chama superação J.

Andréia Franco, 01/05/2020.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O bicho homem: maior SALVADOR de sua própria espécie



                A pandemia do covid-19 serviu para ensinar aos homens que até aqueles que se dizem mais protegidos por suas crenças religiosas estão também propensos a serem vítimas do vírus, já que doença não escolhe cor, classe social ou religião e, mais ainda, de que há humanos mais e menos resistentes ao adquirirem determinadas doenças.
               O nosso corpo é um organismo que responde das mais diferentes formas às diversas doenças que nos afetam, de modo que essa “engrenagem” às vezes está mais forte, às vezes mais fraca, o que pode ser decisivo se veremos ou não o próximo amanhã, já que dele alguns farão parte e outros não, pois pessoas nascem e morrem todos os dias, fenômeno comum no mundo animal.
              O ser humano é alguém que SALVA, pois ele cuida dos seus, acolhe e protege. A pandemia ensinou ao homem que é o HOMEM quem protege o próprio HOMEM, de que se houvesse de fato uma força sobrenatural, alguns seriam abastados e outros excluídos, como se a culpa de muitos por viverem na miséria fosse deles mesmos, não do sistema ao qual estão inseridos, o que seria um bom pretexto para culpar os desafortunados por sua própria desgraça e imunizar os avantajados que se beneficiam com esse tipo de sistema. Bem-vindos ao mundo real, onde a desigualdade impera, onde a cor, a classe social e a religião nos separou, onde o individualismo pode ser algo benéfico, mas que deve caminhar em conjunto com o coletivo e o social, o que nem sempre acontece.
Na verdade, ao nascermos somos inseridos em contextos diversos, sejam eles bons ou ruins, pois o ciclo (nascer, crescer, reproduzir e morrer) da vida não cessa, ainda que o mundo animal progrida e decaia. Ao contrário do que se pensa, talvez a nossa progressão esteja na ambição, desejo de evoluir e conquistar algo pretendido, ou talvez essa seja a nossa própria desgraça, o motivo de nosso infortúnio e má sorte. Dizem que a humildade é o maior de todos os nossos valores, mas esse valor associado a interesses de “outrem” pode ser uma característica (in)feliz, acredite meu bom leitor, muito (in)feliz.
           Em resumo, só o homem SALVA o próprio HOMEM, seja por meio de cuidados, trabalho, esforço, doação de alimentos, sangue, órgãos, etc.
Andréia Franco, 24 de abril de 2020.