terça-feira, 3 de maio de 2016

A CULPA



             Vim hoje falar da culpa como alerta para os danos que esse sentimento ruim traz ao corpo humano.
            Podemos dizer que a culpa é um verdadeiro fardo, como se fosse um peso que te acompanhas onde quer que tu fores, e não adianta dizer que esse sentimento não te acompanha, ele parece pesar sobre seus ombros, estar em todos os lugares, ser uma companhia silenciosa que fere a sua alma e adoece sua carne, eis a culpa, o fardo que tu carregas sem ao menos se dar conta, todos os dias tu carregas este fardo, ele parece pesar, tornar sua vida mais escura, roubar o sorriso de seus lábios, a alegria de viver, o prazer pelas coisas, a ponto de a vida parecer-lhe não fazer mais sentido.
           Falar da culpa é o mesmo que falar da cruz, você não a vê, mas a sente pesar sobre teu corpo, ela não é real, mas habita teus pensamentos cotidianos, ela te perturba, faz você sofrer e se reprimir onde quer que vá, de modo que esse sentimento guardado faz você machucar sua alma dia a dia, como se fosse algo de fato presente, contínuo, que você não consegue arrancá-lo de dentro de si porque esta é uma dor silenciosa, não tratada e não curada, que faz agonizar e sangrar as coisas boas que ainda lhe restam.
         A propagação do sentimento da culpa nada mais é que o intuito de tornar o indivíduo reprimido, sofredor, como se ele fosse assassinando os motivos que lhe dão razão para lutar e viver, sim, quando você começa a se culpar você deixa de viver coisas boas, dá espaço a uma vida sombria, com sorrisos apagados e disfarçados, como se o próprio viver se tornasse um filme de terror. Tais pensamentos que o aterrorizam acabam por torná-lo um ser que tende a padecer em vida, como se estivesse assassinando a si próprio, apunhalando a própria carne, morrendo em vida. Não acredita? Veja as taxas de suicídio nos dias atuais! Alguém que chega a estes extremos sente uma dor tão intensa a ponto de ele acabar com a própria vida para se livrar desse sentimento que o atormenta todos os dias.
         Quando você se culpa, está padecendo em vida, assassinando sua honra, alegria e motivos para viver, eis o alerta, assassinar a própria carne é doloroso, o fará padecer até os últimos dias de sua vida se não se livrares destes fardos. Se tem uma coisa que chego a admirar em pessoas frias é a ausência do sentimento da culpa, pois assim elas seguem adiante mais facilmente e não sofrem pelo que aconteceu ou não, eis uma coisa boa. Enquanto muitos sofrem calados, pessoas frias seguem sua vida normalmente, sem olhar para trás, o que é valorativo.
            Frisamos que quanto mais você se culpa mais você se maltrata, sacrificando a própria carne em prol de coisas que, às vezes, não valem a pena. Livrar-se da culpa é de fato libertador, como se essa fosse uma viagem ao seu subconsciente, onde você fosse catando todo esse sentimento ruim, os jogasse ao lixo e tocasse fogo. Sim, a auto libertação acontece quando você liberta seu corpo e sua alma de tudo que o atormenta, fazendo surgir um novo dia, uma nova história, um novo amanhecer, onde você se torna capaz de enxergar flores até onde já não houvesse, lhe devolvendo sorrisos e risos que lhe foram tirados pelo sentimento da culpa.
         Ficamos a nos perguntar se de fato vale a pena sofrer pelas coisas mais banais que nos entristecem, de modo que o padecimento não deixa de ser um sofrimento contínuo, que só tem fim quando você resolve extirpá-lo de sua vida, assassine o sentimento da culpa que existe em você antes que ele assassine você em vida, matando-lhe dia após dia. Estou a escrever estas linhas para que você, leitor, se conscientize do quanto esse sentimento guardado que tens dentro de você pode lhe tirar a vida e as razões de viver.
        O viver nada mais é que alegria, querer ser, ver o amanhecer, o morrer é o próprio padecer, a ausência da vida num corpo que só sabe sofrer. Tens dois caminhos: viver ou morrer, escolha a vida e se liberte de tudo que o faz sofrer, eis a maior razão para se viver: estar vivo para ver o amanhecer. (In)Felizmente, nossos caminhos são, muitas vezes, cheios de espinhos, eis o sentimento da culpa, o espinho que vai perfurando a sua carne, sufocando-o a ponto de você sentir que o ar que lhe dá vida para caminhar pareça ter acabado, a ponto de chegar num ponto de não querer mais existir.
         O maior motivo para se querer viver é o próprio fato de estar vivo, quem o faz padecer é porque o quer ver sofrer, o amor não te faz sofrer, é o impulso para se querer viver. Sejamos realistas, pessoas que causam dor e sofrimento às outras fazem isso por diversão, eis a lição, o sofrimento alheio é diversão a quem tanto te maltratas, paremos de dar certas liberdades às outras pessoas, elas só vão até onde permitimos, mate o seu leão, não que eu esteja dizendo aqui para que você mate pessoas e/ou as faça sofrer, nada disso, o seu leão é tudo que o faz sofrer, como o sentimento da culpa, ou você o mata, ou ele te sufoca a ponto de não quereres mais viver.
          A vantagem do ser humano é que ele tem uma energia inigualável, se tornando capaz de se auto superar, trilhar caminhos mais prósperos e sua vida conseguir mudar. Eis aqui o desafio que lhe proponho, mude, mate o seu leão, para conseguires ter uma vida mais próspera, harmoniosa e amena.
        Enfim, que a felicidade o acompanhe, que o seu leão seja derrotado e que você saia vitorioso nessa grandiosa batalha que é a vida, mate o seu leão antes que ele mate você e lhe tire a razão de viver, siga avante cavalheiro que a jornada é longa, há muito que se aprender. 

Andréia Franco
03/05/2016.

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