terça-feira, 26 de abril de 2016

O VITIMISMO COMO ARMA DE GUERRA



               Entendamos que o tema aqui abordado traz à tona dois tipos de pessoas: aquele que é de fato vítima, sujeito este que devemos respeito e compreensão, já que todos nós estamos sujeitos às mais diversas situações, e aquele que não é vítima, mas se faz de vítima, tratemos então do segundo.
            Para entender o vitimismo caminhemos pela psicopatia, pensemos nos genes que só um psicopata tem capaz de torna-lo o mais frio dos assassinos, calculista, persuasivo, intimidador, estratégico, sem compaixão, sádico, elitista, querendo sempre se dar bem custe o que custar. Por conseguinte, agora entendamos o conceito de guerra, que nada mais é que uma batalha onde se mata e se morre, de modo que os que sobrevivem são vistos como vitoriosos, sagazes, eis a batalha mais grandiosa do homem, lutar num mundo desigual, sendo induzido a ser mais astuto e estratégico que o outro para não perder seu espaço, exemplo esse da luta constante e desafiadora que somos constantemente submetidos. Ou você luta e sobrevive, ou terá que amargar na sarjeta, levando também sua família para o fundo do poço, sem a mínima dignidade, já que num mundo capitalista viver sem dinheiro é praticamente não ter dignidade, pois ver faltar o pão de cada dia à mesa o faz se sentir o mais miserável dos seres. Somos induzidos a lutar, usando meios legais ou até ilegais, já que lutar é nada mais que uma questão de sobrevivência nesse mundo sórdido, cruel, ínfimo e excludente.
            Entre o matar ou morrer está você no meio, sobrevivendo, usando de manhas e artimanhas para ter um teto, uma remuneração digna para quitar suas contas mensais e assim se tranquilizar, dizem que nossos exemplos vêm de cima, não, vem de baixo, há muita gente mais honesta que alguns que ocupam cargos vinculados ao poder. Nobreza virou sinônimo de dinheiro, não de honestidade, de modo que tal conceito se fundamenta desde nossos julgamentos com relação ao outro até pelo uso dos meios mais insanos para se alcançar o poder.  
A mente do psicopata vai se desenvolvendo quando ele vê que a frieza é seu aliado e que, se aproveitando do fato de as pessoas se sensibilizarem com injustiças sociais, ele se faz de vítima para ganhar sua confiança, se inocentar de algum mau/crime que tenha praticado ao outro e ainda promove sua imagem, fazendo o outro acreditar que ele seria uma boa pessoa. É de fato um estrategista ardiloso que pode chegar a ocupar cargos de altos salários, ele sabe quando atacar, quando recuar e quando chorar, falsamente, é claro, e você comovido ainda acredita, é mole!
Frisamos ainda que quando o psicopata coloca sua verdadeira máscara e mostra seu lado maquiavélico ele tende a querer sempre mais, já que ele precisa alimentar sua fome de poder e dinheiro. Contam que o mundo é dos mais espertos, mas esperteza demais traz problemas, e cadeia, inclusive, é preciso cuidado, dizem que não há crime perfeito, há crime mal investigado ou mal resolvido, eis o momento em que um simples palito de fósforo faz acender um verdadeiro barril de pólvora, digo, escândalo.
Ao confiar no psicopata você começa a dar liberdades a ele, momento esse que a cobra parece criar asas, pois ele, no fundo, só vai querer o próprio bem e de seu grupo, não o amor ao próximo, mesmo que ele seja um suposto pregador do amor ao próximo. As pessoas se disfarçam das mais diversas formas, tentar entender o que está por trás de seus atos/olhares já é um bom caminho para desnudar o comportamento alheio.
O psicopata surge da escuridão porque ele quando aparece faz você acreditar que ele será a luz dos seus problemas e da sua vida, bem como de um país, e quando ele adquire poder é onde a cobra começa a dar o bote, do nada ele começa a mexer nas leis, direitos trabalhistas e de propriedade privada e pública, a influenciar no ensino, de modo que quando você se dá conta do erro que você cometeu em ter acreditado no sujeito percebe que isso já está mexendo no seu bolso e no sustento de sua família, chegando à situação de um caos iminente em razão de um suposto projeto de poder maior. Dependendo da posição que ele ocupa, ele começa a se apossar de tudo que um dia você trabalhou para construir, querendo derrubar tudo e todos que estiverem em seu caminho. Entre o matar ou morrer, ele prefere matar e tirar, de forma (i)lícita, todos que se esbarrem no seu caminho, pois planos, por mais sórdidos que sejam, precisam ser cumpridos, não importando quantas vidas serão ceifadas, assim pensam os psicopatas assassinos.
Chegamos numa época que a vida humana parece ter perdido o valor, onde se mata por motivo fútil, o ódio está instalado a ponto de sermos hoje uma geração de doentes, de modo que tantos sentimentos ruins no indivíduo o tornam além de um propagador do ódio, um ser também doente, fator este que pode chegar a adoecer também quem o cerca, é uma doença silenciosa que contamina e rouba a tranquilidade e paz de nossas famílias. Instalado o ódio, pessoas não dialogam entre si, simplesmente não há acordo, ou se mata ou se morre, levando muitas vidas e sonhos nesta sangrenta guerra que é a batalha da vida. Entre o viver e morrer está o existir, se eu não opino passo a ser apenas uma célula que, doente, não vai “existir”, eis um dos motivos mais sórdidos para propagação do ódio.
A vitimização do “eu” nesse quesito tem função importante, onde além de assassino o “eu” se faz de vítima, e você cai no papinho dele e ainda se emociona, oh! Se brincar o psicopata lhe rouba sua casa, o sossego, a esperança e todos os sentimentos bons que lhe resta, fazendo você se sentir um nada, pois o nada, pra ele, terá mais valor que você (seu opositor, suposto inimigo). Assim como se aniquila cobras, ele vai querê-lo aniquilar, a você e a sua família, da forma mais cruel possível, e uma forma de ele te destruir é fingindo ser seu amigo e bom aliado, não é à toa que populares dizem “tenha a seu lado seu pior inimigo”. Enquanto pensas que ele está a lhe ajudar, eis a cama mais peçonhenta que está ele preparando para fazer-lhe deitar, usando de meios lícitos e ilícitos para tomar o que tens, para tirar-lhe o emprego, estabilidade financeira, familiar e emocional, para que você vá parar na sarjeta, já que ele agindo com frieza não terá dó nem compaixão de você e de seus filhos/família, pois a vingança é um prato que se come frio, divertir-se com a desgraça alheia é entretenimento para aqueles que detêm os genes da psicopatia.
Dentre as armas do psicopata está o vitimismo, ele faz cena porque é estratégico, você cai como patinho e acredita. Você chega a confiar nele porque pensa ser ele seu amigo e/ou representante, por isso ele o apunhala pelas costas, pois sabe o que te faz sofrer e o que temes, você abre sua vida a ele e ele usa isso como instrumento para te chantagear ou fazê-lo se sentir mal, e assim muitos passam anos sendo chantageados.
Um vitimista tende a calcular cada passo que vai dar, muitos chegam a assaltar e roubar bancos e caixas e, com ações da justiça para desmascará-lo, vai dizer estar sendo perseguido por opositores, o que é pior, o fará se sentir um opositor por você não concordar que bandido fique fora da cadeia. Depois vem as encenações teatrais, onde aparecerá aos prantos em determinadas páginas de jornal para causar comoção social e dar uma de bonzinho, e enquanto você se emociona acreditando que ele esteja supostamente falando a verdade, ele vai rir da sua cara e te tachar de otário porque mais uma vez você acreditou na pessoa errada, pois um de nossos maiores erros sempre é acreditar na pessoa errada.
Portanto, o vitimismo, além de uma estratégia, é uma arma de guerra para o psicopata tentar sair ileso dos erros/crimes que ele tenha supostamente cometido, como também mantê-lo sob seu domínio. 
Andréia Franco

26/04/2016

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