terça-feira, 26 de abril de 2016

A LOUCA DE CABELO PIXAIM

                           Créditos da imagem ao site: http://pt.depositphotos.com/6316557/stock-photo-furious-woman.html


Vim hoje me manifestar nesse texto para mostrar o quanto nosso comportamento é influenciado pela mídia, induzindo-nos a não aceitar nossos próprios defeitos, que dirá o dos outros.
Trabalhemos primeiro os termos em questão, comecemos por louca, que diz respeito à pessoa que perdeu a razão, irracional, maluco, demente, etc., já o termo pixaim nos remete a pessoas que não tem o cabelo liso, já que o cabelo liso é nos apresentado pela mídia consumista como normal, ou seja, com todas as misturas de raça que há nas mais diferentes sociedades, nos manipulam a tal ponto de nos fazer acreditar que não ter o cabelo liso é de fato coisa surreal, não normal, o que acaba por nos fazer acreditar que nascer com cabelos encaracolados não seria normal, o que é um erro proposital para induzir nosso corpo a se utilizar de procedimentos estéticos cada vez mais caros e arriscados à nossa saúde.
Acabamos por crescer almejando ter o corpo e o cabelo do outro, o que não passa de uma ideologia, já que por mais parecido que você seja ao outro, você nunca será o outro. O errado já começa aí, a diferença que deveria ser um atrativo que facilitaria a interação entre pessoas, acaba por ser motivo de distinção, apartando, separando e classificando indivíduos com nomes taxativos e pejorativos, de modo que essa separação se dá das mais diversas formas, desde em nossas próprias casas, ao lado de nossa família, como também nos mais diversos lugares que frequentamos, até nos atingir no mundo virtual, onde vivemos relações virtuais.
Noutras palavras, acabamos por crescer frustrados, pois sempre estamos insatisfeitos com algo em nosso corpo, se espelhando sempre no outro, como se o outro fosse sempre melhor e você um mero reles que precisa copiar comportamentos para de fato ser e se sentir alguém, o que não passa de uma ilusão, somos o que somos se espelhando ou não em determinadas pessoas. O pior é perceber que tais pessoas na maioria das vezes nem sequer faz parte de nosso cotidiano, são ideais projetados através do marketing para que tenhamos a impressão de que para nos sentirmos bem precisamos usar a mesma tinta de cabelo, roupas, sapatos, etc., que tais pessoas usam, bem como fazer aplicação de substâncias estranhas em nosso corpo, cirurgias dos mais diversos tipos, enfim, é uma insatisfação tamanha que, se não bem administrada, pode nos custar a vida. Vale lembrar que a indústria, além de salvadora, também é assassina, há interesses ocultos por trás da manipulação de massa, e um deles é o financeiro.
É de se considerar que há coisas que jamais se muda numa pessoa, e uma delas é a personalidade, individualidade, etc., mas somos tão manipulados a ponto de desejar ser/ter o que não somos/temos, quem tem cabelo muito liso quer fazer cachos, quem tem cabelo encaracolado quer ficar com cabelo liso, enfim, sempre estamos insatisfeitos com algo que há em nós mesmos, assim a indústria da estética funciona. O pior de tudo é ter que admitir que a própria normalidade tenha passado a ser visto como um ato da loucura, a ponto de pessoas que não se rendem a esses estereótipos serem taxadas de loucas simplesmente por não copiarem e/ou se comportarem da forma como todos os demais, eis a pior de todas as ignorâncias.
A junção da terminologia “louca” e “pixaim” neste texto se justifica em razão do fato de que se não nos rendemos a essa indústria assassina, acabamos por sermos taxados de loucos, pois as pessoas internalizaram tanto os moldes projetados pela mídia como ideais que não se render a esses ideais chega a ser visto propriamente como um ato de insanidade mental.
           Portanto, espero que as ideias aqui discutidas nos sirvam para que possamos rever/reavaliar no quanto os ideais projetados pela mídia influencia em nossa vida cotidiana.
Andréia Franco
26/04/2016.


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