Créditos da imagem ao site: http://pt.depositphotos.com/6316557/stock-photo-furious-woman.html
Vim
hoje me manifestar nesse texto para mostrar o quanto nosso comportamento é
influenciado pela mídia, induzindo-nos a não aceitar nossos próprios defeitos,
que dirá o dos outros.
Trabalhemos
primeiro os termos em questão, comecemos por louca, que diz respeito à pessoa
que perdeu a razão, irracional, maluco, demente, etc., já o termo pixaim nos
remete a pessoas que não tem o cabelo liso, já que o cabelo liso é nos
apresentado pela mídia consumista como normal, ou seja, com todas as misturas de
raça que há nas mais diferentes sociedades, nos manipulam a tal ponto de nos
fazer acreditar que não ter o cabelo liso é de fato coisa surreal, não normal,
o que acaba por nos fazer acreditar que nascer com cabelos encaracolados não
seria normal, o que é um erro proposital para induzir nosso corpo a se utilizar
de procedimentos estéticos cada vez mais caros e arriscados à nossa saúde.
Acabamos
por crescer almejando ter o corpo e o cabelo do outro, o que não passa de uma
ideologia, já que por mais parecido que você seja ao outro, você nunca será o
outro. O errado já começa aí, a diferença que deveria ser um atrativo que
facilitaria a interação entre pessoas, acaba por ser motivo de distinção,
apartando, separando e classificando indivíduos com nomes taxativos e pejorativos,
de modo que essa separação se dá das mais diversas formas, desde em nossas
próprias casas, ao lado de nossa família, como também nos mais diversos lugares
que frequentamos, até nos atingir no mundo virtual, onde vivemos relações
virtuais.
Noutras
palavras, acabamos por crescer frustrados, pois sempre estamos insatisfeitos
com algo em nosso corpo, se espelhando sempre no outro, como se o outro fosse
sempre melhor e você um mero reles que precisa copiar comportamentos para de
fato ser e se sentir alguém, o que não passa de uma ilusão, somos o que somos se
espelhando ou não em determinadas pessoas. O pior é perceber que tais pessoas
na maioria das vezes nem sequer faz parte de nosso cotidiano, são ideais
projetados através do marketing para que tenhamos a impressão de que para nos
sentirmos bem precisamos usar a mesma tinta de cabelo, roupas, sapatos, etc.,
que tais pessoas usam, bem como fazer aplicação de substâncias estranhas em
nosso corpo, cirurgias dos mais diversos tipos, enfim, é uma insatisfação
tamanha que, se não bem administrada, pode nos custar a vida. Vale lembrar que
a indústria, além de salvadora, também é assassina, há interesses ocultos por trás
da manipulação de massa, e um deles é o financeiro.
É de se considerar que há coisas que jamais se
muda numa pessoa, e uma delas é a personalidade, individualidade, etc., mas
somos tão manipulados a ponto de desejar ser/ter o que não somos/temos, quem
tem cabelo muito liso quer fazer cachos, quem tem cabelo encaracolado quer ficar
com cabelo liso, enfim, sempre estamos insatisfeitos com algo que há em nós
mesmos, assim a indústria da estética funciona. O pior de tudo é ter que
admitir que a própria normalidade tenha passado a ser visto como um ato da
loucura, a ponto de pessoas que não se rendem a esses estereótipos serem
taxadas de loucas simplesmente por não copiarem e/ou se comportarem da forma
como todos os demais, eis a pior de todas as ignorâncias.
A
junção da terminologia “louca” e “pixaim” neste texto se justifica em razão do
fato de que se não nos rendemos a essa indústria assassina, acabamos por sermos
taxados de loucos, pois as pessoas internalizaram tanto os moldes projetados
pela mídia como ideais que não se render a esses ideais chega a ser visto
propriamente como um ato de insanidade mental.
Portanto, espero que as ideias aqui discutidas nos sirvam
para que possamos rever/reavaliar no quanto os ideais projetados pela mídia
influencia em nossa vida cotidiana.
Andréia Franco
26/04/2016.
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