Venho
hoje falar de um tema pouco debatido, mas bastante usado em nosso cotidiano,
que é o fato de pessoas usarem o ataque como defesa.
Quando
falamos em ataque podemos pensar nos mais variados sentidos, seja de cunho
pessoal, profissional, terrorista, genocídio, etc. Vamos entender que o
ataque consiste, em muitos casos, como
um mecanismo de autodefesa. Mas por quê? Ora, quando alguém não gostou de algo
que você tenha falado ele ataca sua moral e faz você se sentir intimidado, e
funciona.
Então,
chegamos à conclusão de que o ataque tem a função de fragilizar e/ou causar
medo no adversário. Veja muitos discursos midiáticos, eles intimidam a
população a fim de causar medo nas pessoas e torna-las passivas. Quando eu
ataco a moral alheia eu, automaticamente, me autodefendo, entre ele ou eu,
antes eu que ele, não é assim que funciona?
Vamos um pouco mais além, o filósofo
Descartes diz: “eu penso, logo existo”, uma vez que a noção do sujeito ativo na
sociedade diz respeito, também, ao conhecimento e à informação. Porém, de
acordo com a linha de raciocínio aqui abordada, podemos dizer: “eu me defendo,
eu apareço”, ou seja, se eu me defendo alguém me escuta, já que o próprio ser
humano tem, dentro de si, a necessidade de se autopromover, mesmo que isso
custe, em diversos momentos, a desgraça alheia.
Tal questão diz respeito à
linguagem, a arte do bem falar e do bem escrever, onde lançamos uma série de argumentos
a fim de provar ao interlocutor que o “eu”, por mais bandido que seja, “sou” a
vítima, que o outro é o culpado. Não é à toa que muitas pessoas matam, roubam e
faz de tudo um pouco e ainda se faz de vítima, atacando a moral alheia e não
assumindo sua culpabilidade, já que todo cidadão é inocente até que se prove o
contrário. Quem acusa é quem tem que provar, já que nossas leis são fundamentadas
com base nesse pressuposto, e esse é de fato uma das pedras no sapato do
judiciário, porque se não há provas suficientes contra o réu, mesmo que ele
seja o pior dos bandidos, com base em quê se dará sua condenação? Parte das
vezes, ele é solto e liberado.
Dizer que o “eu” é a vítima é
sempre mais fácil, assim o “eu” se isenta de eventuais responsabilidades.
Quando isso acontece, além de se autodefender, comove o outro, fazendo-o sentir
pena e compaixão do pobre coitado que está supostamente sendo vítima de uma
conspiração armada contra ele. Veja só quando certos líderes, por mais corruptos
que sejam, aparecem chorando na mídia a fim de comover o povo. Ah, coitadinhos,
tudo jogo midiático para aumentar a popularidade do dito “perseguido”.
Indo um pouco mais além,
analisemos o comportamento de alguns grupos terroristas, onde eles atacam a fim
de difundirem sua ideologia e provocar medo nos demais, a fim de força-los, com
base na política do medo, a participar também de seu grupo, pois assim os
interesses do suposto grupo são expandidos e a autopromoção acontece.
Não cabe a mim aqui fazer
julgamentos, mas pessoas fazem coisas erradas e certas pelos mais diversos
motivos, como a busca pela sobrevivência, o desejo de poder, dinheiro e pressão
psicológica, já que somos constantemente pressionados a agir, parte das vezes,
de modo passivo, pois pessoas, mesmo não
concordando com determinadas coisas que se passam, temem se manifestar e fazer
determinados julgamentos (principalmente em público), mesmo que certos, e serem
repreendidos e oprimidos pelo sistema, isso significa, parte das vezes, perda
do emprego, mordomias, etc. O sistema opressor é “cruel”, ou você serve a ele
ou você pode ser simplesmente mais uma carta fora do baralho.
Em resumo, o ataque aumenta a popularidade
de determinadas pessoas e grupos, promove encenações de vitimismo, comove o
outro, realizando-se assim enquanto autodefesa.
Andréia Franco
19/04/2016.
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