quarta-feira, 13 de abril de 2016

Eu sou “eu” ou eu sou o “outro”?




Imagem site: http://japacore.blogspot.com.br/




Fiz esse texto hoje para que nos apercebamos o quanto reproduzimos padrões e comportamentos, de que queremos imitar aqueles que idealizamos como ídolos.
É fato que a mídia prostituta lucra disseminando tais ideologias, alimentando assim a indústria da beleza que faz você sempre pensar que algo não está bem em você, transformando seu corpo mais num objeto que precisa ser concertado, de que você precisa parecer tão bonito quanto ao seu ídolo, como se o mundo girasse em torno das aparências, pois o mundo gira sim em torno das aparências, pelo menos é o que parece.
Desse modo, somos induzidos a negar nossos traços naturais para viver em função do “parecer” com o outro, como se ele fosse melhor que você por ser um jogador de futebol, um artista, um escritor, etc. Sendo assim, acabamos por pensar que há algo errado conosco, que a solução de tais problemas está, justamente, na aparência. Pintamos o cabelo, mas a tinta sai. Você passa maquiagem, a maquiagem sai. Faz um preenchimento labial, o efeito um dia acaba. Não satisfeito, começa a inserir substâncias estranhas no seu corpo, como se a beleza exterior fosse a única coisa que tivesse de fato importância.
De modo natural, seu corpo começa a reagir em razão dos efeitos de tais substancias, seja de forma positiva ou negativa. Daí, cito o velho ditado: “tudo que sobe um dia cai”, não suportando tantos procedimentos estéticos, seu corpo começa a adoecer e você agora precisa juntar dinheiro e energias para  tentar recuperar a saúde que um dia você tinha e não dava valor.
Digo isso para que venhamos a perceber o quanto são fúteis algumas de nossas atitudes, já que renunciar o seu verdadeiro eu nada mais é que renunciar a sua própria identidade, que somos pessoas diferentes, que o outro nada mais é que um indivíduo exterior a você, que o eu é o eu, assumamos cada um de nós o nosso eu, aceitando assim nosso tom de pele, nossos cabelos, nosso corpo, nossas frustrações, etc.
A auto aceitação é, na verdade, o apogeu em se tratando de identidade, é o momento que o indivíduo aprende a aceitar o seu corpo e a sua forma de ser em detrimento do estar bem consigo mesmo, selecionando e excluindo tudo o que não lhe serve mais, já que deve nos ter serventia somente o que nos faz bem e agrada.
Precisamos nos libertar dos estereótipos que tanto nos sufoca, todos nós podemos ser bons ou maus, feios ou bonitos, etc. A vida é uma eterna contradição, a gente acaba por acreditar que parecer ser bom ou bonito amenizará nossos problemas. Se você mesmo renuncia sua verdadeira identidade como você quer que o outro te aceite como você realmente é? Julgamos o outro pelas aparências e ele nos engana justamente porque fomos ingênuos o suficiente em acreditar que aparência era tudo!
As leis humanas são nada mais que leis, o eu e o outro são pessoas distintas, eu sou o eu, ou eu sou o outro? A vida em sociedade parece ser um mundo onde as pessoas se disfarçam. Ora, nada melhor que o disfarce para esconder de nós mesmos quem realmente somos, já que parecer ser bom ou belo faz os outros quererem estar próximos a nós. Só que a lei da natureza é do “bate-volta”, acabada a beleza, voltamos a ficar sós, a sofrer sozinhos com nossos próprios dilemas cotidianos.
Portanto, sinta-se bem com sua própria presença, você e o outro são indivíduos estranhos e distintos, aceite o seu eu e deixe de querer ser o outro que não é você. Quem te amar te aceitará como você realmente é, porque o amor nada mais é que um sentimento sublime, somos bonitos aos olhos de quem nos ama e a opinião do outro, ah, desinporte-se, o outro é alguém que não é você, que expele aquilo que absorve, é preciso deixar o outro de lado e se preocupar com o seu verdadeiro eu.
Despeço-me neste momento, obrigada por sua atenção.

Andréia Franco
13/04/2016.

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