sábado, 11 de junho de 2016

(F)Utilidades

Créditos da imagem ao site: 
http://blogdoeris.blogspot.com.br/



         É de se questionar qual a razão de debatermos a respeito de (f)utilidades, simples, perdemos mais tempo com coisas fúteis que com aquelas que de fato importam.
       O (f)útil é, na verdade, perda/ganho de tempo, é a lei da natureza, o movimento, o ciclo, o que prova que tudo muda, as pessoas, o modo e a forma de se comportarem, suas razões e motivos para agirem de modo animalesco, como seres selvagens, perceba bem o João de Barro, ele constrói sua casinha de barro para morar, já o passarinho constrói seu ninho, a tartaruga carrega sua própria proteção e moradia: sua casca, já o ser humano usa sua inteligência e força braçal/material para construir seu próprio lar. Dentre todos estes animais citados, o bicho homem é o único que destrói a todos, até mesmo os de sua própria espécie, a natureza é auto suficiente, não depende de nós para existir, mas nós não, dela tiramos nossa comida, minerais, água, madeira, etc., enfim, a matéria-prima que mantém a indústria dos alimentos, remédios, carros, etc.
         A natureza é perfeita, o problema está em nós, que nos contaminamos com discursos de ódio, conspirações genocidas, ideologias fraudulentas, amigos imaginários (é legal adorar a natureza, ela existe, mas adorar o que nunca vimos a olho nu, só ouvimos falar, é cruel, risos.), o desejo ora sexual, ora de poder, controle, dominação, etc., somos tão humanos que chegamos a ser desumanos com os demais, nossa moralidade acaba por se tornar algo imoral, apontamos tanto o dedo para o umbigo alheio que não enxergamos o que há de ruim em nós mesmos, como se todos os males estivessem sempre nos outros, nunca em nós, nunca em nossa perspectiva de vida, nunca em nossa forma de ser, se comportar, agir e lidar com o outro.
         O mundo que vivemos é regido por regras, elas próprias nos exterminam, é a lei animal, quem faz as leis são os próprios homens, uma perigosa espécie, fazem a lei onde quem tem mais poder que manda, a lei do tudo e do nada, pessoas/grupos querem controle sobre os demais, por isso criam leis, para serem beneficiados, seja financeiramente, sexualmente, moralmente, etc. É uma artimanha danada, por meio destas leis criam liberdades para matar, roubar, abusar sexualmente/psicologicamente/fisicamente das pessoas, e a corda sempre arrebenta para o mais fraco, é a lei do maior sobre o menor, o maior oprime o menor, somos oprimidos sem ao menos nos darmos conta, de tanto lidar com isso acabamos por viver assustados, com medo de nos relacionarmos com os demais, como se todos fossem iguais, e não são.
         Podemos aprender muito com algumas pessoas que passam por nossas vidas, coisas boas ou más, mas precisamos selecionar tudo o que é bom e jogar o que é ruim na lata do lixo, porque é no lixo que tudo que é ruim deve estar, mas como eu já disse, o problema está em nós, pois ao guardar o que é ruim para nós acabamos, muitas vezes, por sofrer/morrer em vida, por isso doenças psíquicas e neurológicas nos atingem tanto, por termos dificuldades em nos livrarmos de nossos traumas e sentimentos ruins que nos agridem e fazem sofrer nossa alma.
         O sentimento é algo muito nobre dentro de nós, mas ele pode ser alimentado por coisas boas e más, pode significar ora nossa alegria, ora nossa tristeza, nele guardamos nossos desejos, sonhos e segredos não revelados, bem como nossas melancolias e frustrações. Dizem que o sofrimento é coisa do destino, mas vejo isso como mais uma justificativa para nos conformarmos com as coisas ruins que assolam nossas vidas, como a morte de parentes e amigos, bem como com nossas perdas (i)materiais.
          (F)Utilidades podem significar tanto nossa prisão, quanto nossa salvação, pois através de gestos considerados (f)úteis acabamos por nos tornar pessoas grandiosas e/ou pequeninas, de modo que nossa grandeza está no brilho de nossos olhos, no sorriso, em nossos gestos, etc., já nossa pequenez está em nossos medos, anseios, amarguras, etc. Ao final, ao passarmos por situações boas e más, amadurecemos, aprendemos, nos tornamos pessoas boas ou más, já que somos facilmente influenciados por pessoas boas e más.
         Enfim, o útil pode ser algo inútil e irrelevante, já o inútil pode ter, no fundo, grande valor, tudo depende da perspectiva e da forma como enxergamos as coisas.

Andréia Franco
11/06/2016.

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