Muitos
medos nos perturbam. Vamos dizer então que cada um de nós tem dentro de si o
seu próprio medo, pode ser medo de altura, de animais silvestres, de pessoas
desconhecidas, do sobrenatural, etc. Esse medo pode ganhar a dimensão que você
der a ele, pode ficar cada vez maior, até maior que você, se você deixar de
viver muito que gostaria em razão do seu medo, ou pode diminuir cada dia mais,
cada vez que você ir conseguindo superar o seu medo.
Vamos
agora enxergar o seu medo por duas perspectivas: a primeira, nos leva a pensar
que quanto mais medo nós tivermos, mais frágeis psicologicamente ficaremos, o
que nos torna mais fáceis de sermos manipulados por outras pessoas. Do outro
lado, há quem nos manipula, para ele, quanto maior for o seu medo, mais força ele
terá sobre você para te controlar. Desse modo, a dimensão do seu medo pode
determinar a força que o outro [dominador] terá sobre você e sua vida. Então, é
de se presumir que se o seu medo estiver enfraquecido, mais liberto você será,
mas se o seu medo for intenso, maior influência o seu dominador exercerá sobre
você. Agora, associemos nosso medo à imagem de um monstro, cujo tamanho pode
ser pequeno ou imenso.
Em
seguida, pensemos que esse monstro, segundo a cultura popular, pode ter vários
rostos, como o do Bicho-Papão, Lobisomem, Pé Grande, Dragões, Satanás, etc., de
modo que tal conhecimento, por passar de geração em geração, acaba por
permanecer em nossa sociedade. Porém, é de se frisar que estes monstros são, na
verdade, uma representação de nossos próprios medos, sejam eles pequenos ou
grandes. Além disso, tal representação pode adquirir significações maiores,
como o de representar o que há de mais perverso nas pessoas, como: a
psicopatia, sociopatia, antipatia, manipulação, desacreditação de um em prol do
outro, o medo de ..., o medo de... , o medo de..., enfim, quantos medos abrigarem
a mente humana.
Com
isso, percebemos que são tantos os medos que moram dentro de nossa mente que, por
sua vez, eles acabam por ganhar forma nas representações dos mais diferentes
fantasmas e monstros até hoje criados. Imaginemos então que graça teria tais
personagens se, por acaso, não tivessem características humanas como falar,
ouvir, pensar, odiar, etc. Por isso, é de se pensar que tais características
são propositadamente atribuídas a tais seres imaginários, ganhando assim nossa
confiança e status de verdade, mesmo que não seja verdade.
Tomando
em consideração tais apontamentos, acredito ser preciso termos mais cautela com
as pessoas que nos cerca que com o próprio Satanás, o pobre nunca aparece e
ainda leva culpa por tudo. Na verdade, Satanás e outros monstros de nossa
cultura popular são o reflexo do que há de ruim em nós mesmos, vamos dizer
então que é o nosso lado ruim representado figurativamente.
Do
contrário, são as pessoas que, de fato, nos amam, odeiam, infernizam, etc.
Voltamos então à questão: Pra quê ter medo de Satanás se quem nos inferniza são
os humanos?
Grande
abraço.
Até
a próxima.
Andréia
Franco, 27/12/2018,
É tipo aquela frase: " A Terra é o paraíso para as pessoas "más" e o inferno para as pessoas "boas".
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