Era um
dia normal, lá estava o seu criador, o criador de um deus, a espreguiçar-se em
sua cadeira, pegou uma caneta, um papel, e começou a criar seres imaginários,
tudo parecia ser mágico, mais mágico ainda era a forma com que aquele sujeito
expressava seu talento, criatividade e subjetividade. O interessante é que para
ser escritor é preciso tão pouco, apenas força de vontade para escrever, é
possível se tornar grande com tão pouco. À medida que o escritor vai delineando cada parágrafo,
frase, palavra, torna-se possível trazer à tona valores perdidos, que precisam
ser resgatados, bons ou maus:
-
Escritor, cuidado com o que vais ensinar, escuta o que estou a falar!
Escritor
pode ser bicho amaldiçoado, pode escrever o que não deve para ser acreditado. Escritor
se alimenta da fé alheia, também alimenta o bolso de quem sobrevive da pregação
da palavra de um deus, afinal, o escritor escreve, as editoras imprimem e
divulgam, e os ditos pregadores da palavra de um deus difundem tais
ensinamentos, muitos não vão acreditar no que estou a dizer, mas é a mais pura
verdade, o escritor pode escrever como se uma personagem fosse, como se um deus
fosse, daí o fato de dizerem que um deus criou um mundo que, no livro, chamamos
de terra da fantasia, na realidade,
chamamos de terra.
- Caro leitor, cuidado no que acreditas, podes
estares sendo vítima de uma pegadinha de um escritor mal intencionado, pegadinha
é coisa pequena pro tal do escritor,
quem conta um conto aumenta um
ponto, é preciso aumentar vários pontos para dar nó à trama que se tem armado,
o escritor arma a trama com muito ponto que ele tem aumentado, não é mentira, é
faz de conta, um deus ele cria, modela, transforma, é preciso dar voz ao que
nunca se tem pensado.
Dizem
que conselho é bom, como escritora, darei o meu:
-
Leitor, selecione o que estares a ler, escritor ama fazer graça, graça para dar
graça à sua trama, pegadinha, melodrama, escritor também transforma a desgraça
alheia em graça, é preciso ser astuto, desconfie leitor, podes estar sendo
vítima de uma pegadinha. É preciso separar a fantasia do mundo real, fantasia é
fantasia, realidade é realidade, é
preciso separar para não ser enganado pela pegadinha que o bicho do escritor
está a tramar.
Vai leitor, vai ler e estudar,
quem sabe um dia você entende o que estou a falar, vai...
Andréia Franco, 08/02/2017
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