Primeiro,
é preciso frisar que demonizar algo ou alguém consiste no ato de
torná-lo demoníaco, equipará-lo ao “demônio” (personagem de
origem religiosa, termo bastante citado para se fazer referência a
tudo que é taxado de mal, como espíritos que queiram fazer mal a
alguém na terra, traições, perseguições, leviandades, etc.)
Dentro
deste campo, muitas passagens que descrevem tais “demônios” são
narradas, ou seja, passíveis de deturpação, o que significa que
podem não ser o reflexo fiel da realidade, talvez um espelho, que a
reflita com ângulos onde seja possível aumentar e/ou diminuir as
coisas e os fatos, pois tudo depende da forma como se enxerga,
analisa e disseca tais seres, o que alimenta nossa necessidade de
fantasia, pois na literatura tudo se torna possível, até mesmo o
que nunca existiu ganha vida, cor e voz.
Já
por diferente, é preciso frisar que consiste naquelas pessoas que
não pensem igual às demais, de modo que prega-se tanto o pensar
diferente que acabamos por observar que o indivíduo, muitas vezes,
tem dificuldades em lidar com suas próprias diferenças, que dirá
com as alheias. É uma contradição social, nos estimularem a fazer
a diferença nos diversos campos de nossa vida (pessoal e
profissional), e sermos induzidos, por discursos levianos e
discriminadores, a não aceitar o diferente, demonizando-o como se
fosse uma coisa má possuída por um suposto espírito do Além.
Um
dos grandes erros de nossa educação talvez esteja no fato de que
somos induzidos a acreditar que o irreal exista e interfira no mundo
real, de modo que acabemos por misturar e não saber diferenciar o
real do irreal, eis o grande erro, como também mágica das palavras,
pois tudo se é contado por intermédio da palavra, nossas histórias
macabras, de santos, magos, fadas, etc.
O
erro do ato de se demonizar pessoas se dá pelo simples fato de que
somos impulsionados a julgar o outro, a acusar, nunca a compreender,
pois é mais fácil apontar o dedo para o outro que colocar-se no
lugar do outro, prega-se mais que se pratica, como se a pregação
valesse mais que a própria prática, palavras levianas se vão com o
tempo, ações marcam e permanecem, talvez seja hora de se julgar
menos e agir mais.
O
demonização ocorre como uma auto-defesa, é uma questão que
alimenta o ego das pessoas, tipo: “é a palavra dele ou a minha”,
“vou demonizá-lo para me auto-defender”, quem demoniza o outro
quer defender seu ponto de vista, dizer que ele está certo e que o
outro está errado, podemos ter neste campo uma relação de
interesses, sejam eles financeiros, de poder, etc.
Enfim,
precisamos ter mais cautela e cuidado com as palavras, é preciso
refletir sobre os dois lados, dois pesos, duas medidas, o mundo
humano envolve egos, (in)verdades, etc., de tudo isso, só tenho
certeza de uma coisa, quanto mais aprendo menos sei, tudo é parcial,
nosso conhecimento, foco, objetivo, etc...
Andréia
Franco
18/12/2016.
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