Valdomiro,
ainda bem que
Existem
poetas para dar graça
À desgraça
alheia, afinal,
Tens espírito
de mutante,
Se
não fosses jumenta falante.
Valdomiro,
olhe só sua condição,
A
vida te deu grande lição,
Tu dizes
salvar aos outros, mas
Não
salvas nem a ti mesmo, quase
Morres
pela lâmina de um facão
Valdomiro,
estás a pagar o preço
Do
teu sermão, pau que bate em
Chico
não bate em João, mas se
Bates
em Chico não estranhes
Se
ele aparecer à tua porta com
Um
facão escondido dentro do
Seu
calção.
Valdomiro,
podem chamar de
Mandinga,
macumba ou maldição,
Mas
estás passando por uma dura
Provação,
tu faltastes às aulas de biologia,
Por
isso se prendes ao ensino da religião.
Valdomiro,
falar sobre o mito qualquer
Um
pode fazer, quero ver ser capaz de
Passar
no vestibular, fazer faculdade,
Ser
um cidadão de exemplo, pode crer,
Esta
é a nossa maior provação
Valdomiro,
tua pregação te sustenta,
Por isso
mentes tanto, mas teu fiel um
Dia
haverá de acordar, escuta o que
Estou
a falar.
Valdomiro,
pregas tanto a salvação,
Mas
não salvas nem a ti mesmo,
Precisas
do amigo para lhe estender
A
mão, teus seres imaginários não
O
protegem, pessoas sim.
Valdomiro,
veja só que contradição,
A
salvação é um mundo tão utópico,
Todos
querem alcançar, mas ninguém
Quer
morrer primeiro para saber
Como
é que realmente é.
Valdomiro,
coisa estranha da vida
É se
dizer curador e ires ao médico
Quando
estás a sentir dor.
Oh,
Valdomiro, como é difícil ser tosco,
Um
dia seu fiel acorda e verás que tu
Estás
a fazê-lo de tolo.
Oh,
Valdomiro, dizem que a verdade
Salva,
mas tua palavra não te salva
Das
artimanhas da vida.
Oh,
Valdomiro.
Andréia Franco, 21/01/2017.