Créditos da imagem ao site: http://www.oversodoinverso.com.br/cada-pessoa-ve-algo-diferente-nos-autorretratos-desta-jovem-o-que-voce-ve/
Podem chamar de
Ateu-todinho, chocolate ou seja lá o que for, mas ateísmo é
resistência, é sinônimo de força, bravura, maturidade, como
também do pensar diferente.
Numa família tradicional, o
ateu poderia ser facilmente denominado: “ovelha negra”, é
prática antiga demonizar o diferente, pois este não costuma ser bem
visto entre os iguais, isso justifica o fato de atribuírem palavrões
e nomes feios para qualificá-lo. Aliás, acredito não haver linha
divisória invisível pior capaz de nos separar, de modo que somos
inseridos em sociedades onde nos é imposto, pelos homens, é claro,
noções de bem e/ou mal, onde se credibiliza a noção de “bem”
e se demoniza a noção de “mal”, não importando muitas vezes a
crueldade e estranheza de tais termos. Ao invés de se discutir,
simplesmente se impõe, jogando-nos uns contra os outros como se
fôssemos coisas, não humanos. Sim, fomos coisificados, a maior
prova disso são as funerárias, pois geramos lucros, hahahaha.
Aceitar o diferente seria o
mesmo que confrontar, de forma pacífica, sua forma de pensar com a
do outro. Porém, nem todo confronto costuma ser ameno, o radicalismo
não costuma permitir isso, daí insere-se um elemento nesse meio
termo: o ódio pelo diferente, pois as pessoas se odiando torna-se
quase impossível alguns diálogos, semeia-se a guerra, prolifera-se
o medo. O diferente, pelo simples fato de não pensar igual aos
demais, passa a ser odiado, isso me faz lembrar nosso amigo José
Saramargo, me ensinou que a cegueira ideológica consiste na pior de
todas as cegueiras.
É preciso abrir os olhos, mas
como se a ideologia nos cega? Talvez seja o momento de se tentar
enxergar o diferente com outros olhos, escutar mais, compreender
mais, demonizar menos. Nesse meio, só tenho uma única certeza,
convivendo entre cobras e lagartos fica difícil saber quem está
certo ou errado, pois um vive tentando engolir o outro. Desde os
princípios dos tempos as pessoas brigam e se matam para tentar
provar quem está certo e/ou errado, incrível, essa prática
persiste até hoje.
Enfim, evoluímos tanto em
algumas coisas e continuamos a agir como primatas, animais primatas,
agindo em busca de domínio e controle de território.
Andréia
Franco
17/12/2016.