Acreditar na lei do retorno é,
nada mais, que acreditar na lei da vida. Na natureza humana, há forças que
podemos ou não controlar, e uma delas é a lei do retorno.
Ao longo de nossa jornada, fazemos
e desfazemos coisas, mas algumas delas jamais poderão ser desfeitas, isso em
razão do quesito tempo, que jamais há como retornar. Se soubéssemos que
determinadas coisas que fazemos daria errado com certeza jamais as faríamos,
mas o fato é que a vida é repleta de situações inusitadas que simplesmente não
há como prever, elas acontecem você querendo ou não.
Nossos limites nada mais são que
os extremos a que podemos chegar ou não, de modo que o “eu” individual
constantemente entra em conflito com o social, já que somos pressionados e
oprimidos a agir conforme as leis que regem a sociedade que habitamos, por mais
injustas que elas sejam.
Para discutirmos tal ideologia,
abordemos o ditado que diz que pra toda ação há uma reação e, em se tratando de
vida humana, é fato que ao fazermos coisas boas ou ruins recebamos coisas boas
ou ruins. Porém, é de se notar que a noção de bom ou mau nada mais é que um
conceito usado para separar e classificar pessoas e coisas, de modo que a
variação de tal definição é o que mantém tal debate sempre vivo e atual.
Enxergo o ser humano como uma
caixinha de surpresa, principalmente quando ele é frustrado, pois, não
assumindo sua culpabilidade referente às coisas que não deram certo em sua
vida, ele simplesmente culpa o outro, isolando o seu ego da responsabilidade de
seus próprios erros, culpando o outro, como se a própria razão de o outro
existir fosse razão para torna-lo culpado. Entendamos que a melhor defesa é
sempre o ataque, assim você fragiliza sua vítima e ainda fica de boa. Ora, o
psicopata é o melhor exemplo nesse quesito, fragilizando o outro ele está nada
mais que se autopromovendo, não que isso diga necessariamente a cargos e
salários, pois há pessoas que nada mais querem que o sofrimento alheio. O lobo mau
vestido de cordeirinho beira a nossa porta, de modo que as piores coisas, parte
das vezes, vem das pessoas que menos se espera.
A lei do retorno é a do
bate-e-volta, ao agirmos de determinadas maneiras nos tornamos responsáveis por
nossos próprios atos, de maneira que um dia, lá na frente, venhamos a ter que
prestar contas com o destino. Não vou pregar aqui uma de justiceira, já que o
próprio conceito de justiça varia, não é à toa que um dos símbolos do direito é
a figura de uma mulher com olhos vendados segurando uma balança. Nossa justiça
é cega, nosso sistema é falho, opressor e mudo, é a força do maior sobre o
menor. Direitos e deveres existem, mas a falsa noção de democracia impera da
forma mais cruel possível.
Para citar alguns exemplos a fim
de fundamentar meu ponto de vista, friso muitos “engomadinhos” que, quando
percebem que adquiriram algum poder, porque se você quer conhecer alguém, dizem
estudiosos: “dê-lhe poder”, simplesmente começam a aprovar leis e decretos
contra seu próprio povo. Porém, quando tais “engomadinhos” perdem o poder, bem
como cargos de altos salários, eles, na condição de povo, como todo o resto da
nação, começam a sofrer em razão dos próprios decretos e leis que eles, quando
se sentiam “o peão todo poderoso”, assinaram e apunhalaram contra seus irmãos,
amantes de sua própria bandeira. Não vou aqui citar nomes, mas se a carapuça
serviu pra alguém que você, leitor, conhece, acredito que entenderam o recado.
É fato que um dia teremos que
prestar contas dos erros que um dia cometemos, se não for com o outro, será com
nossa própria consciência, com nosso próprio eu. A vida é um eterno
aprendizado, onde o eu necessita passar por determinadas experiências para se
autoconhecer, já que o autoconhecimento é, nada mais, que uma experiência
sublime que nos ajuda a melhor entender e lidar com o outro.
Enfim, o autoconhecimento é a
porta de entrada para que o indivíduo mantenha relações sociais mais
promissoras com o outro, com base no respeito, na ética e nos limites impostos
pelas leis dos homens.
Despeço-me nestas linhas, até a
próxima e muito obrigado.
Andréia Franco
18/04/2016.
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